As autoridades meteorológicas do Japão consideram o calor deste verão “anormal”

As autoridades meteorológicas japonesas classificaram este verão como "anormal", com dias de temperaturas extremamente altas observadas em todo o país desde o início de julho.

O Japão teve vários dias em que as máximas diurnas ultrapassaram os 38 graus Celsius desde o final do mês passado. Uma máxima de 40 graus foi observada na cidade de Date, província de Fukushima, no dia 5 de agosto, e também na cidade de Komatsu, na província de Ishikawa, no dia 10 de agosto.

A temperatura média no norte no final de julho foi a mais alta desde o início da manutenção de registros em 1946. As áreas costeiras ao longo do Mar do Japão, no leste e no oeste do país, registraram altas temperaturas médias no início de agosto. A reunião da agência na segunda-feira analisou o calor extremo registrado no final de julho. Eles atribuíram o calor às correntes de jato acima do Japão que, segundo eles, estavam se deslocando mais para o norte neste verão do que o normal.

Eles disseram que isso resultou em um sistema quente de alta pressão cobrindo o Japão e áreas vizinhas, juntamente com outro sistema de alta pressão no Pacífico que se estendia abaixo de uma profundidade incomum.

Os especialistas disseram que duas tempestades tropicais no final de julho e agosto elevaram as temperaturas nas áreas costeiras do Mar do Japão para mais de 38 graus durante vários dias em agosto. Eles disseram que as duas tempestades traziam constantemente ar quente e úmido ao redor do Japão. Eles acrescentaram que o fenômeno Foehn também foi um fator. O fenômeno provocou ar com menos umidade e temperaturas mais altas quando uma massa de ar quente e úmido desce de uma montanha.

Os especialistas também analisaram o calor extremo este ano no norte do Japão. Eles disseram que era devido às temperaturas mais altas do oceano na área.

Os pesquisadores esperam que a temperatura média deste verão no Japão seja a mais alta desde que as autoridades começaram a coletar estatísticas em 1898.

O professor Nakamura Hisashi, da Universidade de Tóquio, presidente do painel, disse que as temperaturas do ar no Japão dificilmente poderiam esfriar devido às altas temperaturas recordes dos oceanos em todo o país. Ele disse que o aquecimento global é outro fator nas temperaturas escaldantes.

Nakamura disse que as temperaturas subiram visivelmente desde o final da estação chuvosa deste ano. Ele disse que o calor extremo teve sérias implicações para a sociedade, na forma de doenças como a insolação. Ele também disse que neste verão no Japão houve “clima anormal”.